Todos os cães e gatos precisam ser vacinados.

Mas quais vacinas aplicar? Quando? Até qual idade?

Inicialmente, é importante lembrar que para um animal responder bem à vacinação e ficar protegido, é necessário que ele esteja em boas condições de saúde e nutrição. Não se deve vacinar animais estressados, doentes, parasitados ou que apresentem carências nutricionais.

Os filhotes recém nascidos  possuem capacidade de responder imunologicamente a diferentes vacinas, mas essa resposta é inferior do que aquela em animais adultos. Quando eles mamam o leite materno nos primeiros dias após o parto (este leite se chama colostro), os anticorpos do colostro impedem uma imunização adequada  entre o nascimento e o desmame (ocorre aproximadamente com 10 semanas).
Estes anticorpos maternos no filhote  atrapalham a resposta vacinal, mas nem sempre são suficientes para prevenir uma doença.
Por esta razao, nós veterinários iniciamos a vacinacao dos filhotes entre seis e oito semanas de vida e repetimos as aplicações com intervalos de 3 a 4 semanas até 14 ou 16 semanas (4 meses). Este esquema aumenta a chance de evitar doenças contagiosas desde a fase que a imunidade materna estava presente até o momento que o filhote tiver a capacidade de responder bem ao estímulo vacinal.

Há muitos anos, nós veterinários, recomendamos reforços anuais de vacinas contra raiva, cinomose, parvovirose, panleucopenia entre outras. Esses reforços exerceram um papel importante na prevenção de doenças em cães e gatos.

Recentemente, surgiram questões para refletirmos.

Todas as vacinas necessitam de reforços anuais? Estamos vacinando cães e gatos exageradamente? Essas vacinas podem causar danos ?

Essas perguntas precisam de muita reflexão e não existe uma resposta única para todos os animais.

O que determina se uma vacina precisa ou não de reforço, é a duração da imunidade causada por ela. Esta duração é variável para cada doença, sendo longa para cinomose, parvovirose, adenovirose e panleucopenia, e curta (podem ser meses), para a leptospirose. Assim o grau de proteção é diferente para cada doença.

A imunidade também pode variar de um animal para o outro.

Como as vacinas costumam ser múltiplas (mais de uma doença em uma única aplicação) e os estilos de vida (morar em casa, apartamento, ter acesso à terra etc) dos animais completamente diferentes, existe um protocolo, comum a todos os animais.

CÃES – 3 doses da vacina múltipla (óctupla ou décupla – cinomose, hepatite, parvovirose, adenovirose, parainfluenza, coronavirose e leptospirose), sendo a primeira dose entre os 45 e 60 dias e reaplicações com intervalos de 3 a 4 semanas.

O filhote só pode sair para passear na rua e se expor ao risco de contato com doenças após o término do esquema de vacinação, aproximadamente aos 4 meses de vida.

Mas este cuidado não significa que o filhote deve ficar isolado. Pelo contrário! Ele precisar ser sociabilizado, especialmente entre 3 semanas e 3 meses de vida. Saiba mais sobre sociabilização clicando aqui.

GATOS – 2 a 3 doses da vacina quádrupla ou quíntupla (rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia e clamidiose na quádrupla e mais e FelV, na quíntupla), iniciando aos 2 meses e repetindo com intervalos de 3 a 4 semanas.

ANTI-RÁBICA – em geral, é aplicada na mesma data da última dose de vacina do protocolo dos filhotes, por volta dos 3,5 a 4 meses. No Brasil, deve-se repetir a vacinação anualmente, durante toda a vida do animal.

Existem outras vacinas disponíveis para prevenir doenças em cães e gatos:

CÃES-

  • Leishmaniose é uma zoonose importante e precisa ser evitada – já existe uma vacina que pode ser aplicada em cães saudáveis e acima de 4 meses de idade. É fundamental realizar um exame de sangue antes da vacinação – somente animais negativos podem ser vacinados. O esquema de vacinação consiste em 3 doses com intervalo de 21 dias entre elas. A revacinação é anual.

Saiba mais em http://www.bichosaudavel.com/leishmaniose-visceral-canina-precisamos-evitar/

  • Giardíase é uma doença causada por um protozoário que pode causar vômitos e diarreia e é considerada uma zoonose (pode ser transmitida ao seres humanos). A vacina contra giardíase não é recomendada para todos os cães, pois não induz alta proteção além de ser uma doença que costuma respoder bem ao tratamento.

GATOS: Clamidiose.

A eficácia das vacinas não essenciais é variável e, em geral a resposta ao tratamento é satisfatória.

As reações indesejáveis à vacinação costumam ser de hipersensibilidade (edema na face e coceira), dor local e/ou febre, mas também podem ser graves como a formação de tumores no local da aplicação (sarcoma principalmente em gatos) e uma possível predisposição a doenças auto-imunes.

Os idosos, apesar de já terem sido vacinados muitas vezes, também são suscetíveis às viroses, especialmente à cinomose.

Os esquemas  vacinais devem ser estabelecidos pelo(a) veterinário(a) considerando os hábitos e a saúde de cada  cão e gato. Isto é, o risco de exposição à doença em questão e a probabilidade de ocorrer uma reação indesejada.

Uma das vantagens da vacinação anual é a avaliação clínica do animal e a prevenção de doenças futuras, na visita veterinária.

A vacinação deve SEMPRE ser realizada por veterinários. A responsabilidade de examinar o animal antes de ser vacinado, controlar a conservação e procedência das vacinas é muito grande!

Vacinas compradas em lojas podem ser perigosas!

Converse com seu(sua) veterinário(a) de confiança e decidam qual o melhor programa de vacinação para seu(s) animal(is).

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