O comportamento predador dos cães não faz parte somente do passado selvagem desta espécie.

Apesar deles não precisarem mais caçar para se alimentar, todos os cachorros possuem habilidades físicas, sensoriais e podem se interessar por caçar.

Mas sabemos que nem todo cachorro se interessa e/ou é capaz de realmente caçar.

Alguns fatores são muito importantes, como a tendência da raça (os cães pastores são muito motivados, por ex.), a experiência (o sucesso de ter conseguido caçar é um reforço enorme!), a real oportunidade (estar livre num local com presas potenciais) e a presença ou não de outros cães para formar uma matilha.

A motivação também é muito importante!

Originalmente, a motivação para caçar era a fome, mas atualmente os cães são alimentados por nós humanos (mesmo os cães abandonados tendem a comer nossos restos ao invés de caçar).

Um cão com fome é capaz de procurar, achar e capturar sua presa. Eles são tão preparados para esta função, que acionam todos seus sentidos e habilidades: memória, mapas mentais, olfato (muito mais poderoso que o nosso!) e visão. Para saber mais sobre os sentidos caninos, clique aqui.

Numa situação de caça real, os cães tendem a trabalhar em grupo (6- 10 animais adultos) cercam a presa e quando conseguem pegá-la, devoram o máximo possível de uma só vez mesmo que não consigam comer aquilo tudo. Assim que eles voltam para o grupo, podem regurgitar o alimento para os cães que ficaram “em casa”, geralmente as cadelas com suas ninhadas.

Os instintos predadores dos nossos cães domésticos ainda persistem, mas de maneira bem mais suave que seus antepassados.

Algumas raças, especialmente aquelas de esporte e/ou trabalho costumam ter estas características mais trabalhadas e desejadas. A maioria das habilidades demonstradas por estas raças são nada mais nada menos que instintos de caça adaptados. Exs: Border collie, Pastores, Golden Retrievers.

Muitas atitudes da rotina dos cães também são diretamente ligadas a capacidade de caçar:

  • perseguir, carros, skates, motos, crianças
  • sacudir um bicho de pelúcia, pelo pescoço (esse movimento é para matar!)
  • brincadeiras de buscar bolas, frisbees
  • mordiscar calcanhares de pessoas que se afastam
  • cavar buracos na terra
  • “organizar” brinquedos e objetos num canto, como se fossem ovelhas (!)

Quando pensamos que o nosso cachorro, membro da família, sabe caçar, podemos ter problemas…as galinhas do vizinho, os patos do lago da parque…os animais silvestres da floresta…

Como fazer?

A modificação do comportamento predatório é um dos maiores desafios. É possível diminuir a intensidade e a frequência, mas é preciso trabalhar muito e é provável que após um tempo sem treinos, o animal volte a caçar.

Caçar faz parte da carga genética canina e melhor que tentar interromper este comportamento, é entender que ele é natural.

O ideal é canalizar esta habilidade do cachorro para brincadeiras e atividades evitando acidentes.

No caso de risco de acidentes com os animais dos vizinhos, cerque sua casa e deixe seu cão preso se não for capaz de controlá-lo.

Animais que vivem em áreas de floresta não podem circular livremente, o principal predador dos animais silvestres da Floresta da Tijuca, RJ, são os cães!

A responsabilidade por este tipo de acidente é sempre dos humanos.

Conheça bem seu cão e tome as medidas necessárias para evitar acidentes.

 

 

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